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Voluntariado na Eslovénia (10 meses) com o Corpo Europeu de Solidariedade

Diana Costa

Olá! O meu nome é Diana Costa e sou de Manteigas, uma vila “perdida” na Beira. Neste momento estou a realizar um projeto de voluntariado no Centro de Reabilitação Cirius Kamnik, na Eslovénia. Este projeto de voluntariado era como que uma pulga atrás da minha orelha há algum tempo e, quando vi a publicação no Facebook pensei que era o momento. No entanto, em plena situação pandémica que enfrentamos, temi por enveredar nele neste ano e considerei a hipótese de apenas o realizar no próximo ano de 2021, no entanto, como era de esperar, nada me garantia a realização do mesmo para essa altura. Acredito que as coisas não acontecem por acaso e a oportunidade estava-me a cair nas mãos duas vezes… E sempre me disseram que quando as oportunidades vêm ter connosco, devemos abraçá-las. Com o empurrão de algumas amigas minhas, decidi avançar, mas apenas por descargo de consciência. O empurrão foi de tal forma que traduzi o meu CV e carta de motivação e voou até à Eslovénia. Dias depois estava a realizar entrevista com a minha coordenadora ao qual, a meio da conversa me diz” Quando vieres, podemos trabalhar neste projeto desta forma.. etc.” e a minha reação foi perguntar de imediato: “Mas isto não era uma entrevista? Eu já estou dentro do projeto? Ainda não falei com os meus pais! Preciso de tempo” e, quanto menos esperava, já estava com um pé em Portugal e outro na Eslovénia, mesmo que o meu consciente teimasse em achar que não.

Quando nos aventuramos neste tipo de projetos, implica sair do nosso país, da nossa cultura, nossa língua, nossa zona de conforto. Mas por outro lado, implica voar, aprender mais, crescer de uma forma inimaginável, ultrapassar fronteiras (sejam elas físicas ou apenas pessoais). Implica um pouco de loucura. E, na verdade, era a conjugação de 2 áreas que me fazem muito feliz: o voluntariado e as necessidades educativas especiais. É agridoce, com certeza. Mas, seguimos em frente. Pus a coragem, os sonhos e a vontade de voar à frente dos medos e avancei com a Cruz Vermelha de Cucujães, com a Susana sempre do meu lado. Fizemos uma reunião inicial e só lá entendi que estava, realmente, dentro do projeto. Lembro-me que, carinhosamente a Susana me apresentou à coordenadora da Cruz Vermelha que prontamente me perguntou se estava preparada para a aventura - "Não!” com um riso tímido, foi a minha resposta. E não estava. Aliás, nunca estive.

Nunca acreditei que pudesse mudar a minha vida num ângulo de 180º numa altura em que todo o mundo estava completamente parado. Implica sempre um pouco de loucura. E assim foi. Quando dei conta estava no aeroporto, nervosa, sem dormir há algumas horas, com as pessoas que mais amo. Abraçámo-nos. Chorámos. De saudade. Esta bonita palavra que só nós sabemos o querido significado que tem. Quando cheguei à Eslovénia, trazia na mala uma quantidade imensurável de sonhos, medos, energia, ansiedade e nostalgia, no entanto, as bonitas paisagens e a simpatia das pessoas que me receberam tornaram esta fase mais fácil. O primeiro mês fui inundada pela dificuldade em me expressar com os outros, as saudades de casa, a diferença cultural, as rotinas diferentes, a diferença na comida… Passo a passo e com a ajuda de todos fui começando a entrar no ritmo: a língua, o dia-a-dia, a cultura, a comida e, quando dei conta já estava como um peixe dentro de água de bicicleta abraçando tudo de bom e novo que os dias tinham para me oferecer! Os dias são recheados de sorrisos tapados por máscaras azuis e olhos falantes. Recheados de corridas de cadeiras de rodas. Recheados de jogos de futebol e imitações precisas de Cristiano Ronaldo na marcação de golos. Recheados de vontade de abraçar com os braços e fazê-lo com o coração. Recheados de corridas de grupos para outros e ouvir no corredor “Diana, Hey!”, com um sorriso. Recheados de tentativa de aprender o esloveno para, pelo menos, conseguir dizer “Bom Dia” e “Obrigada”. E assim eles são. Recheados de carinho e de entrega. Trabalho com 4 grupos diferentes e trabalho a nível de competências pessoais e numa versão mais terapêutica (auto-estima e motivação), tenho aulas de Esloveno e Inglês, ajudo na hidroterapia, trabalhamos poesia, ensino Português, Ensaiamos teatro, ajudo nos trabalhos de casa, ajudo no Inglês e na expressão verbal, trabalho a socialização das crianças, trabalho a nível de relaxação, estando sempre em parceria com os educadores para que os objetivos estejam sempre delineados e remarmos com o barco para o mesmo lado.

Todo o trabalho efetuado aqui é baseado numa escala construída com as minhas coordenadora e mentora do projeto. Reunimos semanalmente e acertamos diferentes alíneas, se necessário, para a semana seguinte. Com a minha coordenadora de Portugal, ela ajuda-me com a minha motivação, questões burocráticas, sempre com uma palavra amiga.

Amo Portugal, mas sou feliz na Eslovénia, com o programa Corpo Europeu de Solidariedade!


Programa apoiado por: Erasmus+ Juventude em Ação & MOVIT



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